domingo, 19 de novembro de 2017

A política do desrespeito: Espaço Frans Krajcberg, no Jardim Botânico de Curitiba

Enferrujado e sem as placas de policarbonato que vedavam o ambiente, espaço permanece sem utilidade desde 2010


         Alvo de brigas judiciais e promessas não cumpridas há pelo menos sete anos, o Espaço Cultural Frans Krajcberg, localizado atrás da estufa do Jardim Botânico, em Curitiba, se tornou um “esqueleto” sem utilidade. Antigo abrigo da exposição de esculturas do artista que dá nome à estrutura, o local foi esvaziado quando Krajcberg percebeu que suas obras estavam sem o cuidado necessário. 
       Enferrujado, sem as placas de policarbonato que vedavam o ambiente e com as chapas metálicas do teto levantando, o espaço aparenta abandono e até mesmo destruição. “Quando vimos essa estrutura, pensamos que tinha sido um local destruído por um temporal, algo assim”, diz a turista Maria Cristina Pereira, dona de casa, de 66 anos, que de veio de Pelotas (RS) para visitar a cidade com o marido. Já o magistrado Eraldo Costa, que veio de Macapá (AP), sente que o espaço “passa uma impressão de descaso”.
       O espaço Frans Krajcberg foi criado em 2003, depois do artista polonês naturalizado brasileiro doar 110 esculturas à cidade, feitas com restos de madeira de florestas brasileiras incendiadas. Com reclamações do próprio artista quanto ao estado de conservação das obras, o local foi fechado para visitação em 2010. De lá para cá, as obras foram tomadas por Krajcberg,e levadas para Nova Viçosa, no sul da Bahia - onde o artista mora atualmente. O espaço, enquanto isso, ficou vazio.
       Em janeiro de 2016, a prefeitura divulgou que um edital seria montado para licitar a reforma do espaço, o que incluiria nova iluminação, pintura da estrutura metálica, e a instalação de bancos e floreiras. A promessa, porém, nunca foi cumprida.

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